Intervenção de João Ferreira

Sobre o anúncio do termo<br>do chamado «programa <br>de assistência financeira»

1. O pom­poso anúncio por parte do pri­meiro-mi­nistro sobre uma ale­gada saída de Por­tugal do pro­grama de as­sis­tência fi­nan­ceira mais do que uma nova ope­ração de pro­pa­ganda cons­titui uma men­tira mais no ex­tenso per­curso de men­tiras que tem acom­pa­nhado desde há três anos até hoje o pacto de agressão que as troikas na­ci­onal e es­tran­geira subs­cre­veram.

2. A ver­dade é que não só não há saída al­guma do gar­rote de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento a que o País tem es­tado sub­me­tido como apenas por hi­po­crisia se pode pre­tender apre­sentá-la como limpa.

O Go­verno sabe tão bem como os por­tu­gueses que o termo do cha­mado «pro­grama de as­sis­tência» não é nem no pró­ximo dia 17, nem nas seis se­manas se­guintes que o Go­verno so­li­citou à troika para ul­timar por­me­nores.

O que os por­tu­gueses sabem e já foi as­su­mido pu­bli­ca­mente é que até 2038 (quase um quarto de sé­culo) o País es­taria sub­me­tido, se a po­lí­tica de sub­missão na­ci­onal não fosse der­ro­tada, a uma cha­mada «vi­gi­lância re­for­çada» des­ti­nada a as­se­gurar que o pro­grama de ex­plo­ração, li­qui­dação de di­reitos e em­po­bre­ci­mento de Por­tugal e dos por­tu­gueses pros­siga.

Chamar saída limpa quando o rasto dei­xado por esta agressão se traduz: num re­tro­cesso so­cial sem pre­ce­dentes; em ní­veis dra­má­ticos de de­sem­prego e po­breza; de des­truição e ali­e­nação da ca­pa­ci­dade pro­du­tiva na­ci­onal; num de­clínio eco­nó­mico sem pre­ce­dentes; no agra­va­mento brutal da dí­vida – só pode vir de um go­verno que des­preza os tra­ba­lha­dores e o povo por­tu­guês, e faz da pro­moção dos in­te­resses dos es­pe­cu­la­dores, do grande ca­pital trans­na­ci­onal e do di­rec­tório de po­tên­cias da UE a sua única e prin­cipal missão. Saída limpa só e cer­ta­mente para os in­te­resses dos grupos eco­nó­micos e dos ban­queiros que be­ne­fi­ci­aram e querem con­ti­nuar a be­ne­fi­ciar destas op­ções.

E ainda menos uma saída limpa quando se sabe, como a apre­sen­tação esta se­mana do Do­cu­mento de Es­tra­tégia Or­ça­mental o com­prova, com o au­mento do IVA e da TSU em con­traste com a re­dução do IRC, ser ob­jec­tivo pros­se­guir nos pró­ximos anos a po­lí­tica de roubos dos sa­lá­rios e re­formas, de li­qui­dação de di­reitos e de ser­viços pú­blicos, de re­dução do poder de compra do povo, a par do fa­vo­re­ci­mento e apoio aos in­te­resses da banca e dos grupos eco­nó­micos.

3. A ver­dade que o pri­meiro-mi­nistro mais uma vez es­condeu é a sua in­tenção de que esta po­lí­tica de ruína na­ci­onal, que teve nos PEC e no pacto de agressão ins­tru­mentos prin­ci­pais, seja pros­se­guida com re­curso ao Tra­tado Or­ça­mental que PSD, CDS e PS apro­varam e in­sistem em uti­lizar para manter Por­tugal sub­me­tido à di­ta­dura do dé­fice e da dí­vida. Pros­se­guem assim o pro­pó­sito de ex­pro­priar o poder or­ça­mental que so­be­ra­na­mente deve re­sidir nas ins­ti­tui­ções na­ci­o­nais e jus­ti­ficar em seu nome o pros­se­gui­mento do rumo de ex­plo­ração e a su­jeição do País aos di­tames do Euro e da União Eu­ro­peia.

4. O PCP re­a­firma que não há saída para os pro­blemas na­ci­o­nais nem pos­si­bi­li­dades de um de­sen­vol­vi­mento so­be­rano e in­de­pen­dente ao ser­viço dos di­reitos e in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo sem a ime­diata re­ne­go­ci­ação de uma dí­vida in­sus­ten­tável, re­nun­ci­ando à sua parte ile­gí­tima e im­pondo um ser­viço de dí­vida com­pa­tível com o cres­ci­mento eco­nó­mico; sem a re­núncia ao Tra­tado Or­ça­mental e às suas im­po­si­ções de ex­pro­pri­ação de poder or­ça­mental aos es­tados-mem­bros e de fi­xação de ob­jec­tivos para o dé­fice ao sabor dos in­te­resses das po­tên­cias que he­ge­mo­nizam a in­te­gração ca­pi­ta­lista da União Eu­ro­peia; sem a der­rota deste Go­verno, a sua de­missão e a con­vo­cação de elei­ções; sem uma rup­tura com a po­lí­tica de di­reita que há 37 anos ora por mão do PS ora pelo PSD, com ou sem CDS, ar­rastou Por­tugal para a ac­tual si­tu­ação; sem a con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda que re­cu­pere para o País o que é do País, de­volva os sa­lá­rios e di­reitos rou­bados, afirme a so­be­rania e a in­de­pen­dência na­ci­o­nais.

Em nome dos in­te­resses do povo e do País e do ina­li­e­nável di­reito de Por­tugal a um de­sen­vol­vi­mento so­be­rano e in­de­pen­dente os por­tu­gueses podem no pró­ximo dia 25 de Maio, com o seu voto na CDU, con­denar aqueles que como o PSD e o CDS, mas também o PS, am­bi­ci­onam manter o País amar­rado à de­pen­dência. Podem com o seu voto na CDU dar força à can­di­da­tura pa­trió­tica e de es­querda que pesa de­ci­si­va­mente para as­se­gurar uma rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e abrir ca­minho a uma po­lí­tica al­ter­na­tiva.

 



Mais artigos de: Eleições PE

Acrescentar força à luta

1938 di­ri­gentes, de­le­gados sin­di­cais e mem­bros de co­mis­sões de tra­ba­lha­dores já ma­ni­fes­taram o seu apoio às listas da CDU para o Par­la­mento Eu­ropeu (PE). Este nú­mero, que não pára de crescer, foi dado a co­nhecer no dia 3 de Maio, num al­moço re­a­li­zado no Pa­vi­lhão da Si­de­rurgia Na­ci­onal, no Seixal.
Na ini­ci­a­tiva, Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP, afirmou que as elei­ções de 25 de Maio «são a opor­tu­ni­dade para, com um im­por­tante re­forço da CDU, in­fligir uma pe­sada der­rota ao Go­verno, forçar a sua de­missão e a ime­diata con­vo­cação de elei­ções an­te­ci­padas, sendo, ao mesmo tempo, uma opor­tu­ni­dade para ex­pressar o mais vivo re­púdio e con­de­nação dos par­tidos da troika na­ci­onal e da sua po­lí­tica, res­pon­sá­veis pelo afun­da­mento do País e o em­po­bre­ci­mento dos tra­ba­lha­dores e do povo, dando força à luta por uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda».

A CDU sempre do lado certo

Um am­bi­ente de con­fi­ança e de grande afec­ti­vi­dade en­volve a can­di­da­tura da CDU às elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu.

Novo ciclo para o País

João Fer­reira, ca­beça de lista da CDU às elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, acom­pa­nhado de Mi­guel Vi­egas, ter­ceiro can­di­dato da mesma lista, es­teve sexta-feira em di­versos con­ce­lhos do dis­trito de Aveiro, con­tac­tando com cen­tenas de ho­mens, mu­lheres e jo­vens, a es­ma­ga­dora mai­oria dos quais de­si­lu­didos com esta po­lí­tica de di­reita que ar­ruína o País.

Reforçar os direitos das mulheres

Inês Zuber par­ti­cipou, no dia 30 de Maio, no Au­di­tório dos Ser­viços Cen­trais da Câ­mara Mu­ni­cipal do Seixal, na con­fe­rência «Di­reitos da Mu­lher e Igual­dade de Gé­nero no Par­la­mento Eu­ropeu (PE)», na qual a de­pu­tada do PCP apre­sentou o re­la­tório «Evo­lução da igual­dade entre mu­lheres e ho­mens na União Eu­ro­peia 2012», re­jei­tado no PE também com os votos do PSD e do CDS.

Defender a agricultura nacional

Duas cen­tenas de agri­cul­tores par­ti­ci­param an­te­ontem, dia 6, num al­moço da CDU na Guarda, onde es­ti­veram pre­sentes os can­di­datos João Fer­reira e Mário Mar­tins.

«Leva a luta até ao voto»

Com o lema «Leva a luta até ao voto», realizou-se no dia 30, na Casa do Alentejo, em Lisboa, a apresentação dos candidatos jovens da CDU, iniciativa que contou com a presença e intervenção de João Ferreira, Francisca Goulart e Susana...

Defender as comunidades emigrantes

A mandatária nacional da lista da CDU, Ilda Figueiredo, e o candidato Nuno Gomes Garcia, estiveram no fim-de-semana em Bruxelas e Paris a participar em diversas acções de contacto com a comunidade portuguesa residente nessas duas cidades. No sábado, na capital...

Denunciar as consequências<br> da política de direita

Na sexta-feira, Jerónimo de Sousa participou numa arruada pelas ruas de Coimbra e, mais tarde, num jantar no Salão da Banda de Soure. Perante activistas e apoiantes da CDU, o Secretário-geral do PCP voltou a exigir a demissão do Governo e salientou que o País...

Promover a democracia cultural

O Clube Estefânia acolheu, no dia 28, um debate sobre os problemas que se colocam aos trabalhadores das artes do espectáculo. A sessão contou com mais de 30 participantes e as intervenções iniciais da mesa caracterizaram a situação actual do teatro, da música, da...

Festa pela Cultura

Dia 3 de Maio foi marcado por uma grande acção em defesa da Cultura. Um animado desfile percorreu a Baixa-Chiado a partir das 14h30, enchendo as ruas lisboetas de cor, alegria e reivindicação.Apesar do intenso calor que se fez sentir, centenas de pessoas assistiram...

Solução, proposta e alternativa

Depois de uma acção de contacto no Fórum Almada, Inês Zuber participou, na tarde de dia 30 de Abril, numa Tribuna Pública, na Praça da Portela, no Laranjeiro, concelho de Almada, onde apelou ao voto na CDU para penalizar PS, PSD e CDS. No...

Candidatos pelo Alentejo

A passagem de João Ferreira pelo Litoral Alentejano, no domingo, 4, iniciou-se por Alcácer do Sal, com um encontro com a população de Rio de Moinhos, a que se seguiu um almoço em Casebres, onde interveio também o presidente da Câmara Municipal, Vítor Proença....

João Ferreira na PSA

João Ferreira esteve no dia 29 junto às instações da PSA, em Mangualde, a contactar com os trabalhadores daquela empresa do sector automóvel. A sua presença no local simbolizava, desde logo, a afirmação da solidariedade das forças que compõem a CDU...

Apoiamos <br>a candidatura da CDU!

Alfredo Maiajornalista André Janecopresidente da ABIC António Borges Coelhohistoriador António MagrinhoCT da Autoeuropa Armando Alvesartista plástico...